sábado, 21 de dezembro de 2013

Em uma vida que insiste que eu siga, resolvi retomar






Voltei. Depois de tanto tempo, finalmente voltei. Não sei se para você, desconhecido que está lendo neste momento, não sei se esperou ou apenas apareceu por aqui por simples cadeia da internet. Mas por mim. Quão importante para mim é escrever.  Acho bonita a ligação de letras em sua forma cadenciada, aparecendo em linhas tão bem delimitadas. A fala grita, o vídeo cega. Contudo as letras são tímidas, aos poucos vão se relevando, o silêncio que estala na mente. É forma de me expressar que mais fácil e melhor considero. É simples como eu queria tudo fosse.

Passei muito tempo sem escrever, talvez isto explique o quão estancado em minha rotina eu esteja. Preso, parado e sem previsão de soltura. A escrita ficou distante, não sei porquê, quanto mais eu fugia de mim nos meus pensamentos, mais a escrita fugiu do meu controle. As ideias ficaram guardadas, as palavras ficaram presas, mas, por enquanto, este é o momento de soltá-las.


Quem leu alguma coisa que eu já tenha escrito para algum blog, quem me conhece um mínino sabe o quanto sou entusiasmado por cinema e música. Gosto de conversar com pessoas sobre o assunto, gosto de revelar o que me fez bem ou o que me incomodou em cada área. Mas nem sempre há alguém disposto a ouvi-las. Se aquilo não afeta as pessoas de alguma forma, elas passarão, descerão a barra do tempo, e deslizarão por mais falas, conversas, postagens, que posteriormente serão esquecidas. Provavelmente tudo isso que você lê aqui também seja.

Voltei porque é preciso. Voltei porque necessito voltar a mim. E não vejo outra melhor forma de fazê-lo. Este meu blog é uma coisa simples, falarei sobre filmes e músicas. De forma facilitada, sem exageros e extremamente pessoal, escreverei sobre vários aspectos das imensas possibilidades que os dois campos permitem. Ouço muita música e vejo muita coisa, e gosto de compartilhar o meu ponto de vista. Pronto, esses são os aspectos que me fizeram voltar com o blog, só isso, nada mais. 

Entretenimento ou arte, não importa a classificação, tentarei abordar da forma como determinado produto me fez sentir. Passei por professores que pediram que fossem escritas resenhas sobre os assuntos, mas sem colocar o lado pessoal. Minha personalidade já está inserida em cada palavra que escolho para me expressar. Então não hesitarei de usar a sensibilidade. 


Críticas com lado poético, experiências e informações, essas parecem ser palavras úteis para um blog do tipo. Diferindo de como muitos aplicam, coloco o meu olhar e esperam que outros se relacionem. As pessoas são muito afastadas para ficarmos andando na calçada, caminhando pela aresta das coisas. Estarei no epicentro e falarei sobre o epicentro. E assim espero trazer alguns comigo. Ligar-me, então, pelo estranho poder da palavra.
 

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

A Caminho do Oscar 2012: Grandes Favoritos





·      MELHOR FILME

O ARTISTA: Entre os nove indicados, encontra-se filmes de todo tipo, mas entre tantas várias peculiaridades está o tão comentado filme mudo e em preto e branco. O Artista tem todo o aspecto de filme vencedor, ótima produção, ótima direção e ótimas atuações, com certeza, um filme completo, agradável de assistir, carismático e que prova que, às vezes, o silêncio realmente é ouro. Esse filme de produção de apenas $15 milhões vem arrebatando prêmios bem antes da temporada dos grandes prêmios do cinema, ao todo já foram 66 premiações e outras 69 indicações a todo tipo de premiação, mas o que realmente o torna o grande favorito é por ter simplesmente “arrastado” todos os principais prêmios de melhor filme, ele levou o Critic’s Choice Award (a escolha dos críticos) de melhor filme, o Globo de Ouro de melhor comédia e o BAFTA (que é a premiação inglesa compatível em nível de importância ao Oscar), sendo assim ficou cada vez mais claro que, também para alegria desse que vos escreve, “O Artista” levará o prêmio de melhor filme.







·       MELHOR ATOR

JEAN DUJARDIN por O ARTISTA: O francês que apareceu como surpresa em Cannes quando levou para casa o prêmio de melhor ator por esse mesmo filme e como um dos possíveis indicados ao Oscar, hoje chega com força para levar também o prêmio da Academia. Numa atuação que mistura o ser caricato dos filmes mudos com a dor e decepção dos dramas atuais, Jean Dujardin encanta. Com o decorrer do filme, seu personagem muda e o ator faz o mesmo, da felicidade à tristeza, sempre carismático, o ator emociona quem assiste. Ele começou a temporada dos grandes prêmios como zebra, como maior honra seu prêmio em Cannes. George Clooney por “Os Decendentes” despontava como favorito, até por ter levado o Critic’s Choice Award de melhor ator e o Globo de Ouro de melhor ator de drama, enquanto Jean Dujardin só tinha levado o Globo de Ouro de melhor ator de comédia. Mas tudo realmente começou a se decidir a seu favor quando ele recebeu o SAG (prêmio do sindicato dos atores) de melhor ator e o BAFTA da mesma categoria. Jean Dujardin chega ao dia 26 de fevereiro como o grande favorito ao Oscar e, sim, cada vez está mais claro que ele o levará.






·      MELHOR ATRIZ

MERYL STREEP por A DAMA DE FERRO: O que falar de Meryl Streep, senão a maior atriz viva, detentora de absurdas 17 indicações ao prêmio, ela se mostra sempre merecedora com atuações sempre destacantes e tendo levado apenas dois prêmios entre tantas indicações (melhor atriz coadjuvante de 1979 por “Kramer VS. Kramer” e melhor atriz 1982 por “A Escolha de Sofia”). Nesse ano ela aparece como Margaret Thatcher, o filme pode não ser a melhor coisa do mundo, por seu roteiro estranho e direção confusa, mas quem tem a senhora Streep em seu elenco, já garante prêmios e um público fiel. Analisando sua atuação, mais uma vez, ela está incrível, tudo assombra, desde o andar à força de seu olhar. O prêmio de melhor atriz é o que provou estar na disputa mais acirrada. Considero Meryl a favorita, mas por pouca vantagem, ela levou o Globo de Ouro de melhor atriz e O BAFTA da mesma categoria, enquanto sua mais forte oponente e grande amiga, Viola Davis por “Histórias Cruzadas”, levou o Critic’s Choice Award e o SAG de melhor atriz. Com certeza é a disputa mais efervescente desse ano, não seria um surpresa Viola Davis levar, já que também está impecável, mas há tempos a incrível Meryl merece receber seu 3º Oscar e, me parece, que muitos membros da Academia pensam o mesmo.





·      MELHOR ATOR COAJUVANTE

CHRISTOPHER PLUMMER por TODA FORMA DE AMOR: Já ficou claro nesse blog toda a consideração que tenho por esse filme e ele não sairá do Kodak Theatre sem nada. O filme é realmente belo e as atuações são marcantes, mas quando o coadjuvante rouba a cena é sempre interessante e isso ocorre em “Toda Forma de Amor”. Plummer teve seu reconhecimento só depois de idoso, essa é apenas sua segunda indicação estando aos 82 anos. O pai ancião e gay em estado terminal parece não ter agradado somente a mim, mas também a muitos amantes do cinema, atuação singela e provocadora de lágrimas (isso é certo). Seus rivais também estão ótimos, como Nick Nolte em “Guerreiro” e Kenneth Branagh por “Sete Dias com Marilyn, mas com pura certeza o Oscar já é dele, ele recebeu 15 prêmios por esse papel, incluindo o Globo de Ouro, o Critic’s Choice Award, o SAG e o BAFTA. Nada mal então, estrela de cinema em plena melhor idade.









·      MELHOR ATRIZ COADJUAVANTE

OCTAVIA SPENCER por HISTÓRIAS CRUZADAS: Octavia sempre fez papéis de coadjuvante no cinema, mas não eram coajuvantes como a Minny de “Histórias Cruzadas”, seus papéis foram aqueles terciários ou quaternários, aqueles que se diferenciam dos figurantes por uma ou duas falas. Constantemente fazendo comédia, ela trouxe essa comicidade ao personagem. Minny sabe ser mandona e doce ao mesmo tempo, personagem de grande personalidade, que mostra que a atriz também a tenha, o trabalho não é fácil, mas ela leva com exuberância. Octavia Spencer ganhou o papel por ser amiga de Tate Taylor, o diretor do filme, e junto com um papel uma passagem para um futuro grandioso e, porque não, um Oscar. Adoro a atriz de “O Artista” Bérénice Bejo, seria a minha favorita, mas como Octavia levou todos os grandes prêmios (os mesmos de Christopher Plummer), não há mais uma disputa e sim uma certeza. Prêmio merecido.








·      MELHOR DIRETOR

MICHEL HAZANAVICIUS por O ARTISTA: O prêmio de melhor diretor não foge ao de melhor filme e mostra-se que isso não mudará esse ano. Duvido alguém que realmente conhecia Michel antes de “O Artista”, ele então se apresentou. Tem que ser muito capaz para acreditar num projeto tão ambicioso como fazer um filme mudo em plena era tecnológica e ele mostrou ser bastante capaz. Direção conduzida tão bem que lembra muito os filmes de antigamente, ajudado por um ótima edição, fotografia e direção de arte, o trabalho é de mestre, algumas cenas, como a perto do fim, onde George Valentin volta ao seu apartamento, são realmente incríveis. Ele levou tudo que foi possível com exceção do Globo de Ouro que foi para Scorcese, mas para se sagra o grande favorito, levou o mais importante, o DGA, prêmio do sindicato dos diretores. Então, mais um prêmio para “O Artista”.






·      MELHOR ROTEIRO ORIGINAL

WOODY ALLEN por MEIA-NOITE EM PARIS: Todos os cinco roteiros são ótimos, mas ampla vantagem para o Woody, ele já tem outros 3 prêmios, mas continua sem se importar com o Oscar. Roteiro que mostra a tão amada Paris de Woody e que te leva (mesmo depois do filme) a querer conhecer mais sobre grandes personagens da história. O Artista ainda tem uma pequena esperança, mas “Meia-Noite em Paris” é o grande favorito até porque levou o prêmio de melhor roteiro original do sindicato dos roteiristas (WGA).















·      MELHOR ROTEIRO ADAPTADO

BRIDGET O'CONNOR e PETER STRAUGHAN por O ESPIÃO QUE SABIA DEMAIS: Roteiro adaptado é sempre uma atração a parte. A dificuldade de se transformar grandes obras em roteiros do mesmo nível de competência é incrivelmente difícil e os cincos são grandiosos, dos inteligentes aos mais simples e doces. Essa categoria ainda está parcialmente indefinida, como favorito coloco “O Espião que Sabia Demais”, um dos roteiros mais completo e complexo dos últimos anos, esse levou o BAFTA de roteiro adaptado, mas a decisão ainda fica um pouco incerta porque seu mais forte concorrente é “Os Descendentes” do diretor e roteirista Alexander Payne; Payne e seu outros dois parceiros levaram o WGA de melhor roteiro adaptado. Mas ainda sim acredito na vitória do filme britânico e uma premiação póstuma (Bridget O’Connor) é sempre honrosa.











Outras categorias:

·       Melhor Animação: “Rango” – vencedor do Critc’s Choice Award e do BAFTA de melhor animação; vencedor do Annie Award (premiação das animações) de melhor filme. Vitória certa, já que “As Aventuras de Tintin” nem ao menos foi indicado na categoria.

·       Melhor Fotografia: Emmanuel Lubezki por “A Árvore da Vida” – grande favorito, vencedor do Critc’s Choice Award da categoria e de outras 16 premiações entre 18 indicações, incluindo o Oscar.


·       Melhor Direção de Arte: Francesca Lo Schiavo e Dante Ferretti por “A Invenção de Hugo Cabret” – O mágico filme de Scorcese sobressai nas categorias técnicas. Vitória certa já que o filme levou o BAFTA e o Critc’s Choice Award da categoria, além do prêmio que definiria que é o prêmio do sindicato dos diretores de arte.

·       Melhor Trilha Sonora: Ludovic Bource por “O Artista” – O que daria melhor suporte a um filme mudo do que uma grande trilha sonora e é com maestria que Ludovic Bource criou uma grande trilha para um grande filme. Vitória certa já que levou o BAFTA, o Critc’s Choice Award e o Globo de Ouro da categoria.

·       Melhor Música: Siedah Garrett, Sergio Mendes e Carlinhos Brown por “Rio”

·       Melhor Figurino: Mark Bridges por “O Artista” 

·       Melhor Edição: Anne-Sophie Bion e Michel Hazanavicius por “O Artista”

·       Melhor Edição de Som: Richard Hymns e Gary Rydstrom por “Cavalo de Guerra”

·       Melhor Mixagem de Som: Tom Fleischman e John Midgley por “A Invenção de Hugo Cabret”

·       Melhor Maquiagem: Mark Coulier e J. Roy Helland por “A Dama de Ferro”

·       Melhores Efeitos Especiais: Robert Legato, Joss Williams, Ben Grossmann, Alex Henning por “A Invenção de Hugo Cabret”


Resultado final:



                        
 6 OSCARS    

 3 OSCARS








 2 OSCARS










 

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

A Caminho do Oscar 2012: Opinião


         Amanhã, finalmente, saem as indicações ao Oscar 2012, tentei explanar sobre alguns filmes, queria ter falado sobre mais, mas não tive o tempo necessário, então deixarei nessa postagem os “meus” indicados ao prêmio, não que meus votos contem, mas acho que em boa parte abrange as reais indicações, tentarei acertar.

MELHOR FILME

•    O Artista
•    Os Descendentes
•    Histórias Cruzadas
•    A Árvore da Vida
•    A Invenção de Hugo Cabret
•    O Homem que mudou o Jogo
•    O Espião que sabia demais
•    Cavalo de Guerra
•    Meia-Noite em Paris
•    Drive


MELHOR DIRETOR

•    Michel Hazanavicius por “O Artista”: favorito ao prêmio.
•    Alexander Payne por “Os Descendentes": surge como segunda força.
•    Terrence Malick por “A Árvore da Vida”: sua indicação não é certa, mas ainda acredito que se concretize graças a sua inovadora visão.
•    Nicolas Widing Refn por “Drive”: vencedor em Cannes de melhor diretor, com o decorrer dos grandes prêmios, ele foi perdendo força, mas o BAFTA Film Award o pôs de volta na briga.
•    Tomas Alfredson por “O Espião que sabia demais”: o sueco fez um grande trabalho em seu primeiro filme britânico, e são os eleitores da terra da rainha que podem garanti-lo uma indicação.

MELHOR ATOR

•    George Clooney por “Os Descendentes”: favorito, levou o Globo de Ouro e o Critic’s Choice Award
•    Jean Dujardin por “O Artista”: grata surpresa, seguindo sua sequência de filmes com Hazanavicius, por esse filme obteve a atenção do grande público; segue muito forte na briga, levou o prêmio de melhor ator em Cannes.
•    Brad Pitt por “O Homem que mudou o Jogo”: indicação certa brindando um ano incrível do ator.
•    Michael Fassbander por “Shame”: o ator que ficou conhecido por “Bastardos Inglórios” teve um ano agitado, foram cinco filmes feitos no ano com ótimas performances, mas esse que foi o viciado em sexo com uma polêmica cena de nudez frontal em “Shame” serve firme e forte na briga, sempre lembrado em festivais e pelos críticos, ele já levou o prêmio de melhor ator pelos críticos de Londres, pois é, não duvide do novo Magneto.
•    Gary Oldman por “O Espião que sabia demais”: com certeza um dos mais subestimados atores do cinema, Gary Oldman deu uma atuação concreta e incrível para o astuto Smiley; ele vai mais como um voto de confiança, até por nunca ter recebido uma indicação ao prêmio.

MELHOR ATRIZ

•    Meryl Streep por “A Dama de Ferro”: uma das favoritas, todos sabiam que atuando Margaret Thatcher, Streep colheria bons frutos; a recordista de indicações caminha para a sua 17ª, quem sabe o terceiro Oscar está a caminho.
•    Viola Davis por “História Cruzadas”: poucas atrizes têm o poder do olhar de Viola, a vencedora do Critic’s Choice Award de melhor atriz, segue como uma das favoritas.
•    Tilda Swinton por “Precisamos falar sobre Kevin”: presente em quase todas as premiações, ela é uma das minhas favoritas, o filme é forte e a atuação dela não fica atrás.
•    Michelle Williams por “Sete Dias com Marilyn”: fugindo de todas as apostas de quem seria uma ótima Marilyn Monroe, Williams dominou o papel com maestria, terceira indicação quase certa para a vencedora do Globo de Ouro.
•    Kirsten Dunst por “Melancolia”: essa sim é a aposta mais incerta, considero uma zebra se ocorrer, mas espero que ocorra, como já disse em outra postagem, Dunst dá a performance de sua vida e deveria ser lembrada.

MELHOR ATOR COADJUVANTE

•    Christopher Plummer por "Toda Forma de Amor": o grande favorito para o prêmio, tem levado todos os prêmios possíveis.
•    Albert Brooks por “Drive”: um vilão que fazia falta para um bom filme de ação que estava em falta.
•    Nick Nolte por “Guerreiro”: muito mais do que um filme de UFC, “Guerreiro” apresenta excelentes atuações e Nolte não foge disso, está incrível como o complicado e arrependido pai.
•    Kenneth Branagh por “Sete Dias com Marilyn”: representar um dos maiores atores de todos os tempos não é fácil e Braganagh faz um exímio Sir Laurence Olivier, sempre presente nos grandes prêmios do ano, uma indicação quase certa.
•    Brad Pitt por “A Árvore da Vida”: esse indicação seria mais improvável, mas é um voto de confiança para um ótimo trabalho de Brad Pitt.

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE

•    Octavia Spencer por “História Cruzadas”: grande favorita
•    Jessica Chastain por “Histórias Cruzadas”: a revelação do ano e atriz que mais trabalhou, foram seis filmes, será uma merecida indicação levando em conta os grandes trabalhos feitos no ano.
•    Berenice Bejo por “O Artista”: doce e de um sorriso marcante, ótima atuação na obra-prima “O Artista”
•    Janet McTeer em “Albert Nobbs”: em um filme bem estranho, uma atuação que brilha, até mais que a própria protagonista Glenn Close.
•    Shailene Woodley por “Os Descendentes”: a mais nova dentre as possíveis indicadas, a atriz de vinte anos surgiu para o mundo do cinema.

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL

•    “Meia-Noite em Paris” de Woody Allen: a volta de Allen para os bons filmes, incrível roteiro, inteligente, engraçado, bem Woody Allen.
•    “O Artista” de Michel Hazanavicius: filme mudo e preto e branco, mas nem foram necessárias tantas palavras para se criar algo genial.
•    “Toda Forma de Amor” de Mike Mills: uma aposta, já que esse filme grandioso merece.
•    “A Árvore da Vida” de Terrence Malick: retratar a vida como Mallick fez é para muitos poucos, indicação incerta.
•    “Margin Call – O Dia Antes do Fim” de J.C. Chandor: mais uma aposta para um roteiro que fala do dia antes da crise econômica de 2008 se instalar e que traz uma tensão num roteiro de alta qualidade.

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO

•    “O Homem que mudou o Jogo” de Aaron Sorkin, Steven Zaillian e Stan Chervin: Aaron Sorkin já tinha vencido ano passado por “A Rede Social” e, mais uma vez, surge como favorito, roteiro brilhante.
•    “O Espião que sabia demais” de Bridget O’Connor e Peter Straughan: esse é o meu favorito, poucas vezes vi um roteiro tão perfeito, tudo é incrivelmente detalhado.
•    “Os Descendentes” de Alexander Payne, Nat Faxon e Jim Rash: leve como a própria direção de Payne, em sua tranqüilidade, aceitamos os problemas como parte da vida.
•    “Histórias Cruzadas” de Tate Taylor: ambientado numa fase história americana bem complicada, o roteiro simples, mas bem escrito que deu vida a ótimos personagens.
•    “A Invenção de Hugo Cabret” de John Logan: a mágica do mundo infantil, e pensar que tudo começou porque a filha de Scorcese adorou o livro.




































terça-feira, 10 de janeiro de 2012

A Caminho do Oscar 2012: Toda Forma de Amor




       Um bom filme para mim começa por um bom e original roteiro, dirigido de forma única com atuações destacantes. Um filme que, com certeza, apresenta todos esses aspectos é o drama de Mike Mills “Toda Forma de Amor”. O que falar de um roteiro que aborda a relação de um jovem filho que descobre que seu pai é gay aos plenos 79 anos. Tudo isso já renderia uma polêmica e interessante história, mas o que mais me agradou foi a decisão do roteirista/diretor Mike Mills de não se focar verdadeiramente nesse detalhe e sim na relação parental forte e emocionante. Como lidar então com a morte do senhor Fileds (Christopher Plummer), pai homossexual e idoso do, agora, ferido Oliver Fields (Ewan McGregor)? Te digo, não se consegue, toda a história mostrada “acaba” com seu telespectador, a dor é sentida e a tristeza parece uma aliada. Profundo, real e poético, um filme que encanta muito mais do que se espera.

         As pessoas são complicadas, suas interações são complicadas. Viver ao redor de gente tão diferente de nós, com a felicidade estampada ou com uma constante tristeza é o belo da vida, somos tão diferentes, mas tão iguais, seres divididos por sentimentos. Oliver Fields é um dos estilos de personagens que mais me agrada, de cara para um realidade que não é propriamente feliz, acompanhado de uma dor somada pela solidão e pela perda de entes queridos.  Primeiro sua mãe, verdadeira companheira, interpretada incrivelmente por Mary Page Keller, que contrastava com um pai ausente, e quando ele conhece o verdadeiro “eu” de seu pai, ele o perde. Lidar com a dor parece ser a única ação. Acompanhado do seu cão Arthur, que é mais humano do que muitos, ele encontra Anna (Mélanie Laurent), viajante, cidadã do mundo, a relação dos dois é diferente dos filmes atuais, eles compartilham a dor e angústia, o que dá outro olhar para um romance. Toda Forma de Amor é mais realista do que poderia imaginar, verdadeiro e cru, sem enganações, até porque não somos felizes o tempo inteiro, de fato a tristeza é mais constante.

        O roteiro é brilhante, assim como a direção e todas as atuações. O destaque maior vai para Christopher Plummer, que cada vez tenho mais certeza que vai levar o Oscar de ator coadjuvante, atuação única, o personagem se torna tão real. Toda Forma de Amor me marcou, é um daqueles filmes que se para e reflete por horas, não será o maior indicado do Oscar, mas qualquer indicação que o lembre já é válida.




Possíveis Indicações:

•    Roteiro Original: Mike Mills
•    Melhor Ator Coadjuvante: Christopher Plummer