segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

A Caminho do Oscar 2012: Opinião


         Amanhã, finalmente, saem as indicações ao Oscar 2012, tentei explanar sobre alguns filmes, queria ter falado sobre mais, mas não tive o tempo necessário, então deixarei nessa postagem os “meus” indicados ao prêmio, não que meus votos contem, mas acho que em boa parte abrange as reais indicações, tentarei acertar.

MELHOR FILME

•    O Artista
•    Os Descendentes
•    Histórias Cruzadas
•    A Árvore da Vida
•    A Invenção de Hugo Cabret
•    O Homem que mudou o Jogo
•    O Espião que sabia demais
•    Cavalo de Guerra
•    Meia-Noite em Paris
•    Drive


MELHOR DIRETOR

•    Michel Hazanavicius por “O Artista”: favorito ao prêmio.
•    Alexander Payne por “Os Descendentes": surge como segunda força.
•    Terrence Malick por “A Árvore da Vida”: sua indicação não é certa, mas ainda acredito que se concretize graças a sua inovadora visão.
•    Nicolas Widing Refn por “Drive”: vencedor em Cannes de melhor diretor, com o decorrer dos grandes prêmios, ele foi perdendo força, mas o BAFTA Film Award o pôs de volta na briga.
•    Tomas Alfredson por “O Espião que sabia demais”: o sueco fez um grande trabalho em seu primeiro filme britânico, e são os eleitores da terra da rainha que podem garanti-lo uma indicação.

MELHOR ATOR

•    George Clooney por “Os Descendentes”: favorito, levou o Globo de Ouro e o Critic’s Choice Award
•    Jean Dujardin por “O Artista”: grata surpresa, seguindo sua sequência de filmes com Hazanavicius, por esse filme obteve a atenção do grande público; segue muito forte na briga, levou o prêmio de melhor ator em Cannes.
•    Brad Pitt por “O Homem que mudou o Jogo”: indicação certa brindando um ano incrível do ator.
•    Michael Fassbander por “Shame”: o ator que ficou conhecido por “Bastardos Inglórios” teve um ano agitado, foram cinco filmes feitos no ano com ótimas performances, mas esse que foi o viciado em sexo com uma polêmica cena de nudez frontal em “Shame” serve firme e forte na briga, sempre lembrado em festivais e pelos críticos, ele já levou o prêmio de melhor ator pelos críticos de Londres, pois é, não duvide do novo Magneto.
•    Gary Oldman por “O Espião que sabia demais”: com certeza um dos mais subestimados atores do cinema, Gary Oldman deu uma atuação concreta e incrível para o astuto Smiley; ele vai mais como um voto de confiança, até por nunca ter recebido uma indicação ao prêmio.

MELHOR ATRIZ

•    Meryl Streep por “A Dama de Ferro”: uma das favoritas, todos sabiam que atuando Margaret Thatcher, Streep colheria bons frutos; a recordista de indicações caminha para a sua 17ª, quem sabe o terceiro Oscar está a caminho.
•    Viola Davis por “História Cruzadas”: poucas atrizes têm o poder do olhar de Viola, a vencedora do Critic’s Choice Award de melhor atriz, segue como uma das favoritas.
•    Tilda Swinton por “Precisamos falar sobre Kevin”: presente em quase todas as premiações, ela é uma das minhas favoritas, o filme é forte e a atuação dela não fica atrás.
•    Michelle Williams por “Sete Dias com Marilyn”: fugindo de todas as apostas de quem seria uma ótima Marilyn Monroe, Williams dominou o papel com maestria, terceira indicação quase certa para a vencedora do Globo de Ouro.
•    Kirsten Dunst por “Melancolia”: essa sim é a aposta mais incerta, considero uma zebra se ocorrer, mas espero que ocorra, como já disse em outra postagem, Dunst dá a performance de sua vida e deveria ser lembrada.

MELHOR ATOR COADJUVANTE

•    Christopher Plummer por "Toda Forma de Amor": o grande favorito para o prêmio, tem levado todos os prêmios possíveis.
•    Albert Brooks por “Drive”: um vilão que fazia falta para um bom filme de ação que estava em falta.
•    Nick Nolte por “Guerreiro”: muito mais do que um filme de UFC, “Guerreiro” apresenta excelentes atuações e Nolte não foge disso, está incrível como o complicado e arrependido pai.
•    Kenneth Branagh por “Sete Dias com Marilyn”: representar um dos maiores atores de todos os tempos não é fácil e Braganagh faz um exímio Sir Laurence Olivier, sempre presente nos grandes prêmios do ano, uma indicação quase certa.
•    Brad Pitt por “A Árvore da Vida”: esse indicação seria mais improvável, mas é um voto de confiança para um ótimo trabalho de Brad Pitt.

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE

•    Octavia Spencer por “História Cruzadas”: grande favorita
•    Jessica Chastain por “Histórias Cruzadas”: a revelação do ano e atriz que mais trabalhou, foram seis filmes, será uma merecida indicação levando em conta os grandes trabalhos feitos no ano.
•    Berenice Bejo por “O Artista”: doce e de um sorriso marcante, ótima atuação na obra-prima “O Artista”
•    Janet McTeer em “Albert Nobbs”: em um filme bem estranho, uma atuação que brilha, até mais que a própria protagonista Glenn Close.
•    Shailene Woodley por “Os Descendentes”: a mais nova dentre as possíveis indicadas, a atriz de vinte anos surgiu para o mundo do cinema.

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL

•    “Meia-Noite em Paris” de Woody Allen: a volta de Allen para os bons filmes, incrível roteiro, inteligente, engraçado, bem Woody Allen.
•    “O Artista” de Michel Hazanavicius: filme mudo e preto e branco, mas nem foram necessárias tantas palavras para se criar algo genial.
•    “Toda Forma de Amor” de Mike Mills: uma aposta, já que esse filme grandioso merece.
•    “A Árvore da Vida” de Terrence Malick: retratar a vida como Mallick fez é para muitos poucos, indicação incerta.
•    “Margin Call – O Dia Antes do Fim” de J.C. Chandor: mais uma aposta para um roteiro que fala do dia antes da crise econômica de 2008 se instalar e que traz uma tensão num roteiro de alta qualidade.

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO

•    “O Homem que mudou o Jogo” de Aaron Sorkin, Steven Zaillian e Stan Chervin: Aaron Sorkin já tinha vencido ano passado por “A Rede Social” e, mais uma vez, surge como favorito, roteiro brilhante.
•    “O Espião que sabia demais” de Bridget O’Connor e Peter Straughan: esse é o meu favorito, poucas vezes vi um roteiro tão perfeito, tudo é incrivelmente detalhado.
•    “Os Descendentes” de Alexander Payne, Nat Faxon e Jim Rash: leve como a própria direção de Payne, em sua tranqüilidade, aceitamos os problemas como parte da vida.
•    “Histórias Cruzadas” de Tate Taylor: ambientado numa fase história americana bem complicada, o roteiro simples, mas bem escrito que deu vida a ótimos personagens.
•    “A Invenção de Hugo Cabret” de John Logan: a mágica do mundo infantil, e pensar que tudo começou porque a filha de Scorcese adorou o livro.




































terça-feira, 10 de janeiro de 2012

A Caminho do Oscar 2012: Toda Forma de Amor




       Um bom filme para mim começa por um bom e original roteiro, dirigido de forma única com atuações destacantes. Um filme que, com certeza, apresenta todos esses aspectos é o drama de Mike Mills “Toda Forma de Amor”. O que falar de um roteiro que aborda a relação de um jovem filho que descobre que seu pai é gay aos plenos 79 anos. Tudo isso já renderia uma polêmica e interessante história, mas o que mais me agradou foi a decisão do roteirista/diretor Mike Mills de não se focar verdadeiramente nesse detalhe e sim na relação parental forte e emocionante. Como lidar então com a morte do senhor Fileds (Christopher Plummer), pai homossexual e idoso do, agora, ferido Oliver Fields (Ewan McGregor)? Te digo, não se consegue, toda a história mostrada “acaba” com seu telespectador, a dor é sentida e a tristeza parece uma aliada. Profundo, real e poético, um filme que encanta muito mais do que se espera.

         As pessoas são complicadas, suas interações são complicadas. Viver ao redor de gente tão diferente de nós, com a felicidade estampada ou com uma constante tristeza é o belo da vida, somos tão diferentes, mas tão iguais, seres divididos por sentimentos. Oliver Fields é um dos estilos de personagens que mais me agrada, de cara para um realidade que não é propriamente feliz, acompanhado de uma dor somada pela solidão e pela perda de entes queridos.  Primeiro sua mãe, verdadeira companheira, interpretada incrivelmente por Mary Page Keller, que contrastava com um pai ausente, e quando ele conhece o verdadeiro “eu” de seu pai, ele o perde. Lidar com a dor parece ser a única ação. Acompanhado do seu cão Arthur, que é mais humano do que muitos, ele encontra Anna (Mélanie Laurent), viajante, cidadã do mundo, a relação dos dois é diferente dos filmes atuais, eles compartilham a dor e angústia, o que dá outro olhar para um romance. Toda Forma de Amor é mais realista do que poderia imaginar, verdadeiro e cru, sem enganações, até porque não somos felizes o tempo inteiro, de fato a tristeza é mais constante.

        O roteiro é brilhante, assim como a direção e todas as atuações. O destaque maior vai para Christopher Plummer, que cada vez tenho mais certeza que vai levar o Oscar de ator coadjuvante, atuação única, o personagem se torna tão real. Toda Forma de Amor me marcou, é um daqueles filmes que se para e reflete por horas, não será o maior indicado do Oscar, mas qualquer indicação que o lembre já é válida.




Possíveis Indicações:

•    Roteiro Original: Mike Mills
•    Melhor Ator Coadjuvante: Christopher Plummer