terça-feira, 10 de janeiro de 2012

A Caminho do Oscar 2012: Toda Forma de Amor




       Um bom filme para mim começa por um bom e original roteiro, dirigido de forma única com atuações destacantes. Um filme que, com certeza, apresenta todos esses aspectos é o drama de Mike Mills “Toda Forma de Amor”. O que falar de um roteiro que aborda a relação de um jovem filho que descobre que seu pai é gay aos plenos 79 anos. Tudo isso já renderia uma polêmica e interessante história, mas o que mais me agradou foi a decisão do roteirista/diretor Mike Mills de não se focar verdadeiramente nesse detalhe e sim na relação parental forte e emocionante. Como lidar então com a morte do senhor Fileds (Christopher Plummer), pai homossexual e idoso do, agora, ferido Oliver Fields (Ewan McGregor)? Te digo, não se consegue, toda a história mostrada “acaba” com seu telespectador, a dor é sentida e a tristeza parece uma aliada. Profundo, real e poético, um filme que encanta muito mais do que se espera.

         As pessoas são complicadas, suas interações são complicadas. Viver ao redor de gente tão diferente de nós, com a felicidade estampada ou com uma constante tristeza é o belo da vida, somos tão diferentes, mas tão iguais, seres divididos por sentimentos. Oliver Fields é um dos estilos de personagens que mais me agrada, de cara para um realidade que não é propriamente feliz, acompanhado de uma dor somada pela solidão e pela perda de entes queridos.  Primeiro sua mãe, verdadeira companheira, interpretada incrivelmente por Mary Page Keller, que contrastava com um pai ausente, e quando ele conhece o verdadeiro “eu” de seu pai, ele o perde. Lidar com a dor parece ser a única ação. Acompanhado do seu cão Arthur, que é mais humano do que muitos, ele encontra Anna (Mélanie Laurent), viajante, cidadã do mundo, a relação dos dois é diferente dos filmes atuais, eles compartilham a dor e angústia, o que dá outro olhar para um romance. Toda Forma de Amor é mais realista do que poderia imaginar, verdadeiro e cru, sem enganações, até porque não somos felizes o tempo inteiro, de fato a tristeza é mais constante.

        O roteiro é brilhante, assim como a direção e todas as atuações. O destaque maior vai para Christopher Plummer, que cada vez tenho mais certeza que vai levar o Oscar de ator coadjuvante, atuação única, o personagem se torna tão real. Toda Forma de Amor me marcou, é um daqueles filmes que se para e reflete por horas, não será o maior indicado do Oscar, mas qualquer indicação que o lembre já é válida.




Possíveis Indicações:

•    Roteiro Original: Mike Mills
•    Melhor Ator Coadjuvante: Christopher Plummer





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